quarta-feira, 17 de novembro de 2010
3º TEMPLO
TERCEIRO TEMPLO PODE SER CONSTRUÍDO SEM SE DERRUBAR O DOMO DA ROCHA
Desde há alguns anos que tenho vindo a acreditar que o Templo a erigir na esplanada poderá ocupar um espaço próximo à mesquita "Domo da Rocha" sem contudo precisar que esta seja derrubada. Quando visitei o local em 1998, passei ter menos dúvidas acerca disso.
No entanto, sempre se ouve dizer que um dia alguém ou algum evento - como um terramoto - deitará abaixo aquela mesquita e então se construirá o 3º Templo em Jerusalém. Contudo um olhar atento ao local revelará que há suficiente espaço livre para essa construção, sem precisar de derrubar coisa nenhuma. Aliás isso tem muito mais lógica, uma vez que se prevê pelas Sagradas Escrituras - Livro do profeta Daniel - que o Anticristo irá erigir um templo no monte Moriá como parte do seu macabro plano de engano aos Judeus, que infelizmente irão cair no logro, pensando ser ele um amigo ou inclusivé para alguns o próprio Messias em carne.
Ora, é óbvio que para conseguir agradar a uns e a outros o Anticristo fará um acordo através do qual ambas as religiões - islâmica e judaica - terão os seus locais de adoração lado a lado, dessa forma "oferecendo" aos Judeus aquilo que eles mais desejam: o Templo, no único lugar onde isso poderá acontecer: o monte Moriá, onde Abraão quase sacrificou o seu filho Isaac, mais tarde comprado pelo rei David e posteriormente o local onde o grande rei Salomão edificou um sumptuoso Templo.
Mas esta idéia não é só minha: na semana passada, uma iniciativa inter-religiosa que teve lugar em Jerusalém debateu essa mesma idéia:
O projecto "A Visão do Santo Monte de Deus" tenta diluir o conflito religioso ao demonstrar que a visão judaica para os últimos dias poderá acomodar harmoniosamente a actual hegemonia arquitectónica islâmica no monte do Templo.
"A visão de santuários religiosos em proximidade pacífica pode transformar o Monte do Templo de um lugar de contenda ao seu papel sagrado original de um lugar de adoração para Judeus, Cristãos e Muçulmanos" - afirmou Yoav Frankel, director da iniciativa.
A Associação do Encontro Inter-religioso no Centro de conferências Konrad Adenauer, em Jerusalém, promove o programa que inclui estudos inter-religiosos e outros projectos educacionais.
Segundo a tradição islâmica, o Domo da Rocha, construído em 691 d.C. assinala o local de onde Maomé ascendeu aos céus.
Mas segundo a tradição judaica e a própria Bíblia, o Monte Moriá onde se encontra agora a mesquita é o local onde se encontrava o Templo que abrigava o Santo dos Santos.
Até agora a tradição judaica tem assumido que a destruição do Domo da Rocha é um requisito para a construção do terceiro templo.
Contudo, num artigo surgido em 2007 numa influente revista de lei judaica - o Tehumin - um jovem professor chamado Frankel apresentou uma outra opção.
O seu principal argumento é que a doutrina judaica relacionada com a construção do Templo enfatiza o papel de um profeta.
Este profeta teria uma autoridade extraordinária, incluindo a descrição para especificar a localização exacta do Templo, não obstante as várias tradições judaicas divergentes sobre esta matéria.
Frankel considera o cenário de uma revelação sagrada dada a um verdadeiro profeta em que o Templo seria construído no actual Monte do Templo ou numa extensão do mesmo, numa proximidade pacífica ao Domo e outras casas de oração, como a mesquita Al Aksa e outros santuários cristãos nas proximidades.
Tanto judeus como muçulmanos têm no entanto mostrado oposição à iniciativa.
O sheikh Abdullah Nimar Darwish, fundador do Movimento Islâmico em Israel, disse ser inútil estar-se a falar do que poderá acontecer quando o Mahdi - o equivalente islâmico ao Messias Judeu - se revelar.
"Por quê estarmos a assumir a responsabilidade de decidir tais coisas?" - questionou Darwish - "Até os judeus acreditam que é proibido reconstruir o Templo até que venha o Messias. Assim, não há nada a falar.
O Mahdi decidirá se se vai ou não construir o Templo. Se ele decidir que sim, eu próprio irei ao Monte do Templo ajudar a carregar as pedras."
Alertou ainda contra qualquer tentativa para edificar o Templo antes da vinda do Mahdi: "Enquanto houver um muçulmano vivo, nenhum Templo Judaico será erigido no Al-Haram Al-Sharif (Monte do Templo). O status quo deverá ser mantido, de outra forma será um banho de sangue."
Por outro lado, e contrastando com esta idéia, Baruch Ben-Yosef, líder do Movimento para a Restauração do Templo, tornou bem claro que o Templo teria de ser erigido onde o Domo da Rocha se encontra actualmente.
"Qualquer um que diga algo de diferente não sabe do que está a falar" - afirmou Baruch - "Um profeta não tem o poder para mudar a lei que explicitamente indica a localização do Templo".
Ben-Yosef rejeitou também a idéia de que a reconstrução do Templo teria de ser feita por um profeta: "Tudo o que é necessário é haver um Sinédrio" - adiantou.
Rabis ortodoxos de reputação têm-se oposto a esforços para reconstruir o Templo depois que o Monte ficou sob o controle de Israel em 1967.
O Rabinato Mor de Israel chegou até a emitir um decreto proibindo os Judeus de entrar na área devido a questões de rituais de purificação.
No entanto, várias organizações base em Israel, tais como o Movimento para Restauração do Templo, e vários rabis, como é o caso do rabi Israel Ariel, líder do Instituto do Templo, em Jerusalém, e um membro destacado do novo Sinédrio revivificado liderado pelo rabi Adin Steinsaltz, têm apelado a que se dêem passos para renovar os sacrifícios no Monte do Templo e se reconstrua o Templo.
Tempos excitantes estes!... Em breve virá o Messias e Ele sim, restaurará todas as coisas, independentemente das opiniões de uns e outros!
Shalom, Israel!
Bispo Josué Lopes